por Cleverson Siewert, Secretário da Fazenda do Estado de Santa Catarina
A participação do Secretário da Fazenda do Estado de Santa Catarina, Cleverson Siewert, no 1º dia da Feira Logistique 2024, em Balneário Camboriú, levantou importantes questionamentos no seu painel “Desenvolvimento Econômico e Perspectivas para o Futuro de Santa Catarina”.
Siewert começou ressaltando a infraestrutura como ponto fundamental para o desenvolvimento econômico do estado. “O governador desafia sua equipe diariamente a pensar de maneira disruptiva, dando prioridade às obras de alto impacto que podem mudar nossas matrizes econômicas, como, por exemplo, o canal de acesso da Baía da Babitonga, onde entram hoje os navios de 300 metros que passará a receber navios de 400 metros. Naquela região, Santa Catarina poderá ter condições de investimentos privados de cerca de 15 bilhões pelos próximos dez anos, com a abertura de mais de 40 mil empregos”. Sobre rodovias, disse ele, “somente no trecho Florianópolis – Joinville o estado tem 70% do PIB, com um fluxo de 90 mil veículos por dia. Sem uma boa BR, existe o risco de 80 a 100% de chance de atraso na logística, o que significa mais de 500 milhões de perda por ano”.
Segundo ele, o governo do estado entende também que é preciso ter um conceito mais amplo em relação à infraestrutura.
“Mobilidade são os portos, os aeroportos, as rodovias, as ferrovias, mas também é a água, a energia, o saneamento, a internet, afinal, é a estrada do conhecimento, que também é relevante para todo esse processo”.
Siewert deu especial destaque à importância do conhecimento como diferencial competitivo na era da automação.
“O governo atual busca desenhar o estado para os próximos 20 anos. Para isso, entende que é preciso pensar diferente, fazer diferente, para ter resultados diferentes”.
E lembrou que o atual modelo de gestão está baseado em três grandes pilares: “gente, o principal ativo de qualquer instituição, tecnologia e inovação, para racionalizar processos e qualificar a gestão do gasto público, e a relação com a sociedade, discutindo, em eventos como a Feira Logistique, temas relevantes que levem à decisões mais adequadas”.
Para isso, Siewert falou da importância de transformar dados em informação.
“Apenas 10% dos dados das companhias públicas e privadas, são transformadas em informação. Quem atuar em direção a isso vai ter um diferencial competitivo”.
Segundo o secretário, a logística se faz com gente preparada e com informação na mão o tempo todo. “O futuro dará cada vez mais trabalho, Será preciso novas aprendizagens, novas habilidades, novos conceitos e conhecimentos. E os dados, bem traduzidos, podem ajudar”.
Ele lembrou que com o avanço da Reforma Tributária, muitos benefícios fiscais irão desaparecer, e desafiou o público da Logistique com uma pergunta: “Quais serão então os nossos próximos diferenciais competitivos dentro deste cenário?”. Siewert lembrou que 95% da receita de Santa Catarina é própria, que o estado é o 5º a enviar mais recursos para o governo federal, mas é o 24º a receber retorno em investimentos. Ele falou do plano de ajuste fiscal do governo catarinense que, “com linhas de atuação, prazos, metas e duras decisões, conseguiu entregar em 2023 um balanço positivo, aprovado pelo Tribunal de Contas e que trouxe bons resultados para o estado”. Segundo Siwert, isso mostra, apesar dos muitos desafios, a autossuficiência catarinense.
“E é para fortalecer os interlocutores da economia catarinense, que o governo estadual, em sua Reforma Administrativa, criou a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, além da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviço, para ouvir, conversar e buscar soluções”. E elogiou a organização do evento, em colocar frente a frente o poder público e privado para debater tendências e os desafios da logística no cenário local e global.
“É preciso trocar o ‘sangue nos olhos’ pelo ‘brilho nos olhos’, pois onde não se pode ser, não se quer estar”.
Investir nos catarinenses é investir no futuro de Santa Catarina.
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